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Por mais mulheres estudando ciências exatas

O número de mulheres nas áreas da computação vem diminuindo com o passar dos anos. Isso ocorre principalmente pela falta de suporte e aceitação da figura feminina em uma área considerada “para meninos”. Por esse motivo, uma certa insegurança rodeia a maioria das meninas na hora de escolher a área de exatas. Talvez você esteja passando por isso agora, e é sobre isso que queremos conversar. Você pode ir além do estereótipo de gênero.

Número de pesquisadores por área de estudo de STEM (2011-2015), acessar a fonte (napratica.org.br).

O curso de Matemática Computacional, assim como qualquer outro da área da computação, tem sua maioria masculina, mas aos poucos vamos mudando essa realidade. Atualmente o curso possui 25% de meninas matriculadas, porcentagem que cresceu nos últimos dois anos. E essa presença feminina que permanece no curso, está aqui pra dar suporte a todas que tenham interesse em fazer parte do “Lado MatComp da Força”.

De diversas formas, algumas sutis, outras nem tanto, são colocados obstáculos e incentivos para nós mulheres seguirmos certos caminhos em nossas vidas. As crenças passadas de geração para geração, sejam de que natureza forem, são os moldes em que as gerações futuras terão ou não de se encaixar. Durante os parágrafos que se seguem, convidamos você a refletir sobre essas forças externas e seus reflexos internos no decorrer da vida de uma mulher.

Uma pesquisa feita nos estados unidos mostrou que 74% das meninas que estão nos últimos anos do ensino fundamental tem interesse em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Já no ensino médio, apenas 0,4% planejam se graduar em algum curso de computação. No Brasil, das poucas pesquisas investigando a questão, todas revelam um cenário sob o mesmo efeito. Meninas com desempenho na maioria das vezes superior ao dos meninos em disciplinas de ciência e matemática nos anos iniciais. E com interesse sempre em queda com o passar dos anos escolares.

A própria escola é um dos principais agentes causadores dessa mudança brusca de pensamento, ano após ano, junto com as disciplinas, você aprende que as meninas não são tão boas assim em matemática ou tecnologia, sua professora, que já aprendeu isso, irá corrigir sua prova já contando com seu infortúnio de possuir dois cromossomos X, como revela outro “curioso” artigo, o que te fará ter ainda mais certeza de que “isso não é pra você”. E então, como uma bola de neve esse pensamento cresce, até barrar de vez qualquer delírio sobre cursar computação ou algum outro curso na área de exatas. Talvez a sequela mais trágica dessa programação biológica tardia resida no fato comprovado por diversas pesquisas de que o desempenho dos alunos é diretamente influenciado pelas expectativas que os professores colocam neles.

As mulheres já eram maioria no ensino superior como um todo desde 2000, o número não se refletia apenas em 5 das carreiras pesquisadas pelo IBGE, “coincidentemente”, são elas: ciência da computação, engenharia civil, engenharias, economias e cursos gerais de saúde.

Por consequência o efeito dominó chega no mercado de trabalho, onde apenas 14% das CEOs no mundo e não mais que 20% do universo de mais de 580 mil pessoas que trabalham com Tecnologia da Informação no Brasil são mulheres.

Considerando que essas carreiras nem de longe tem uma “má reputação” seja financeiramente, nas possibilidades de caminhos a trilhar ou vagas no mercado de trabalho. Muito pelo contrário, estão entre as que mais pagam. Ademais a área de tecnologia oferece uma oportunidade única de conversar com qualquer outra área. Fora a criação de empregos que irão mais do que dobrar até 2020, para 1,4 milhão de vagas, na área de computação com expectativa de que apenas 400.000 vagas sejam preenchidas. Parece então razoável refletir sobre a inconsistência em tudo isso.

Esperamos que você molde suas escolhas e saiba que existem ambientes para te incentivar. Esse é sempre o primeiro passo para fazer algo grande. Acreditar que você consegue. Afinal, é importante que se tenha noção de como é grande participar da criação de um mundo onde as mulheres e homens participam das descobertas, invenções e decisões globais.

Mulheres também podem se destacar nas ciências exatas, mulheres também podem gostar de matemática, estatística, engenharia, computação e fazer parte de uma área que é estatisticamente ocupada pela maioria masculina, porque quando o assunto é construir uma carreira, é importante frisar que isso não depende de gênero.

Queremos que você esteja ciente que, será imensamente bem recebida e principalmente que não precisa entrar em um curso de computação sabendo programar porque algum amigo “computeiro” disse que você já precisa saber; não precisa ter sido a melhor aluna em matemática, colecionadora de medalhas da OBMEP. Nós só precisamos que você tenha interesse, e que esteja disposta a se dedicar, a universidade exige isso de você em qualquer curso que escolha.

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